Redação dos professores: "Violência e segurança pública" - UNIRV
Aprendendo com os professores | UNIRV | "Violência institucional e juventude periférica: o fracasso do Estado no combate à insegurança"
Nesta publicação, você poderá conferir o parágrafo produzido pelos professores da Argumento: Cristiane, Isabella, Dayane e Elivelto, no gênero dissertação aberta, desenvolvidos a partir do tema “Violência institucional e juventude periférica: o fracasso do Estado no combate à insegurança”. Este material serve como referência prática para os alunos interessados no vestibular da UNIRV.
Confira a coletânea completa
Confira a coletânea completa para compreender o texto abaixo e use-a para praticar sua redação rumo ao vestibular da UNIRV.
Abrir coletânea (PDF)O fracasso das políticas de Estado quanto ao combate à insegurança
No campo da filosofia política, entende-se que a criação do Estado visa substituir a justiça individual por instituições coletivas capazes de garantir a segurança pública, de conter a violência e de preservar a ordem social. Porém, a sociedade brasileira atual enfrenta elevados índices de violência e insegurança contra os jovens, especialmente nas periferias, onde a autodefesa se torna inviável, evidenciando a necessidade de instâncias estatais para manter a ordem, que, entretanto, não se concretiza. Dessa maneira, é possível afirmar que o Estado é falho ao controlar a violência institucional contra a juventude periférica devido ao racismo estrutural e à violência seletiva.
Diante desse cenário violento, é válido ressaltar que essa ruína estatal está, intimamente, ligada ao racismo institucional. Ainda que a segurança pública surja como modo de o Estado controlar a violência, tal força estatal, de forma contraditória, tem sido um notório mecanismo de preconceito, já que seu poder de agressão, sobretudo policial, escolhe matar, principalmente, os negros marginalizados, ou seja, aqueles, secularmente, abandonados. Consequentemente, a juventude periférica, alvo de inconsequentes balas perdidas, vive amedrontada em razão de uma violência institucional que, sem sofrer as devidas consequências, mantém o letal racismo estrutural e revela o fracasso do Estado em enfrentar a violência, enraizado no viés racista de suas instituições.
Além disso, percebe-se que a violência dirigida a grupos específicos se manifesta, de forma explícita, na agressão sistemática contra a juventude periférica. Acerca disso, é fato que a ação policial desigual, marcada especialmente pelo racismo estrutural, transforma jovens negros em alvos preferenciais, negando-lhes o direito fundamental à vida e à dignidade. Por consequência, a adoção de políticas repressivas, baseadas no encarceramento em massa e no uso excessivo da força, intensifica a exclusão social e perpetua um ciclo de violência que não reduz a criminalidade. Exemplo disso ocorre quando operações policiais em comunidades resultam em mortes de inocentes, sem responsabilização efetiva dos agentes do Estado, de modo que a combinação entre seletividade violenta e punitivismo aprofunda as desigualdades históricas e compromete o próprio sentido de segurança e de justiça no Brasil.
Portanto, o racismo estrutural e a seletividade punitivista demonstram que o Estado falha em combater a violência na sociedade brasileira. Por isso, a violência institucional configura-se como um obstáculo para que jovens periféricos possam viver com dignidade.
Legenda de cores
- Laranja → Repertório sociocultural
- Azul → Operadores argumentativos
- Roxo → Tese
- Amarelo → Argumentos 1 e 2
- Sublinhado → Análise do repertório / do tema



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