Redação dos professores: “Seguridade social” - UNIEVANGÉLICA

Aprendendo com os professores | Unievangélica | "A seguridade social no Brasil como fator de proteção digna ou de aprofundamento das desigualdades sociais"

    Nesta publicação, você poderá conferir o parágrafo produzido pelos professores da Argumento: Thiago, Raphaella e Cristiane, no gênero dissertação aberta, desenvolvidos a partir do tema “A seguridade social no Brasil como fator de proteção digna ou de aprofundamento das desigualdades sociais”. Este material serve como referência prática para os alunos interessados no vestibular da Unievangélica.

Confira a coletânea completa

Confira a coletânea completa para compreender o texto abaixo e use-a para praticar sua redação rumo ao vestibular da Unievangélica.

Abrir coletânea (PDF)

Quando o amparo se torna privilégio: os limites da seguridade social no Brasil

Conforme Ivanete Boschetti, seguridade social diz respeito às políticas que garantem condições mínimas de vida ao cidadão quando ele não estiver trabalhando, devido à doença, ao desemprego ou à aposentadoria. Contudo, essas políticas não contemplam toda a população brasileira, haja vista a sua aplicação irregular no território nacional, como evidenciado pela Folha de São Paulo, segundo a qual cidades mais ricas são mais beneficiadas pela previdência social do que cidades mais pobres. Desse modo, é inegável que, embora seja essencial para uma vida digna, a aplicação da seguridade social no país tem agravado desigualdades sociais, em razão do trabalho informal e do insuficiente investimento em políticas de seguridade social.

Diante desse contexto, é válido destacar que o avanço do trabalho informal constitui um dos principais entraves à efetivação da seguridade social no Brasil, uma vez que restringe o acesso aos direitos previdenciários. De acordo com a Lei nº 8.213/1991, a previdência deve garantir renda em situações de incapacidade ou de desemprego, porém seu funcionamento depende da contribuição regular do trabalhador, o que deixa desprotegidos milhões de brasileiros sem registro formal. Essa exclusão se intensificou após a Reforma da Previdência de 2019, que, ao elevar a idade mínima e o tempo de contribuição, ampliou as barreiras de acesso aos benefícios e aprofundou a distância entre trabalhadores formais e informais. Assim, ao exigir estabilidade em um mercado caracterizado pela precarização, o sistema previdenciário reforça as desigualdades que deveria combater, deixando desamparados os mais vulneráveis.

Ademais, nota-se que o investimento precário em políticas públicas de seguridade social tem enfraquecido o papel do Estado como promotor de bem-estar coletivo. Consoante o sociólogo David Garland, o Estado de Bem-Estar Social deve articular previdência, saúde e assistência de forma integrada, entretanto decisões recentes do governo brasileiro demonstram o contrário, já que, em 2025, por exemplo, o orçamento destinou quase R$ 1 trilhão à Previdência, mas reduziu R$ 7,7 bilhões do Bolsa Família, evidenciando a priorização do ajuste fiscal em detrimento da inclusão social. Desse modo, ao restringir recursos e burocratizar o acesso aos benefícios, o Estado fragiliza os mecanismos de amparo e converte um direito universal em privilégio, perpetuando as desigualdades que deveria combater.

Portanto, ainda que tenha como propósito amparar o cidadão em momentos de vulnerabilidade, o sistema de proteção social brasileiro reforça disparidades devido à informalização do mercado de trabalho e à exclusão de grande parte da população nos trabalhos formais.

Professores da Argumento

Legenda de cores

  • Laranja → Repertório sociocultural
  • Azul → Operadores argumentativos
  • Roxo → Tese
  • Amarelo → Argumentos 1 e 2
  • Sublinhado → Análise do repertório / do tema

Comentários

Postagens mais visitadas