Redação dos professores: “Seguridade social” - Unicamp
Aprendendo com os professores | Unicamp | "Juventude e desigualdade: os efeitos da Reforma da Providência no acesso ao direito de se aposentar"
Nesta publicação, você poderá conferir o parágrafo produzido pelos professores da Argumento: Livia, Gleisse e Giovanna, no gênero nota de repúdio, desenvolvidos a partir do tema “Juventude e desigualdade: os efeitos da Reforma da Previdência no acesso ao direito de se aposentar” . Este material serve como referência prática para os alunos interessados no vestibular da Unicamp.
Confira a coletânea completa
Confira a coletânea completa para compreender o texto abaixo e use-a para praticar sua redação rumo ao vestibular da Unicamp.
Abrir coletânea (PDF)É fato que a Reforma da Previdência, aprovada em 2019, alterou profundamente o sistema previdenciário brasileiro ao elevar a idade mínima de aposentadoria e o tempo de contribuição do trabalhador, além de reduzir o valor médio dos benefícios. Embora o governo tenha defendido essas mudanças como necessárias para equilibrar as contas públicas, a socióloga Ivanete Boschetti alerta que tais medidas aprofundam as desigualdades de acesso aos direitos sociais, deixando inúmeros trabalhadores desprotegidos. Como jovens que ainda irão ingressar no mercado de trabalho, repudiamos essas mudanças, uma vez que elas ampliam as desigualdades sociais e comprometem o futuro da juventude brasileira, que passa a viver sem a certeza de uma aposentadoria digna.
Diante desse cenário desalentador para a juventude brasileira, é inegável que a Reforma da Previdência acentua a desigualdade ao dificultar o acesso dos trabalhadores de baixa renda à aposentadoria. Sabemos que o Brasil tem um mercado de trabalho fortemente marcado pela informalidade e pela instabilidade, incentivado pelo neoliberalismo, no qual grande parte dos jovens precisa alternar, por exemplo, entre empregos temporários, bicos e períodos de desemprego, o que limita seu acesso aos direitos previdenciários. Nesse contexto, Boschetti aponta que a previdência protege melhor quem tem emprego formal, enquanto milhões de outras pessoas ficam à margem da proteção social. Assim, ainda que a reforma pudesse trazer equilíbrio fiscal ao exigir um maior período de contribuição, é preciso reconhecer que a conta desse “equilíbrio” recai sobretudo sobre os mais pobres — aqueles que enfrentam condições mais precárias de trabalho —, aprofundando injustiças e enfraquecendo o caráter solidário da seguridade social.
Ademais, é fato que os jovens brasileiros sabem que, mesmo contribuindo regularmente com a Previdência Social, o futuro como um senhor aposentado é incerto devido às mudanças efetivas que ocorrem com esse benefício. Nesse sentido, episódios como o escândalo do INSS, em 2025, também chamado de Operação Sem Desconto, evidenciam a fragilidade institucional, pois vários aposentados tiveram seus direitos básicos cortados. Casos como esse nos fazem questionar a confiança nas instituições governamentais ligadas a essa seguridade social, tal como retratado no filme “Eu, Daniel Blake”, em que o protagonista, após perder a esposa e o trabalho, vê seu benefício negado, apesar de ter contribuído durante longos anos. Logo, ainda que sejam necessárias essas mudanças para a economia do país, deve haver um equilíbrio entre a parte econômica governamental e as garantias básicas dos futuros profissionais.
Legenda de cores
- Laranja → Repertório sociocultural
- Azul → Operadores argumentativos
- Roxo → Tese
- Amarelo → Argumentos 1 e 2
- Sublinhado → Análise do repertório / do tema
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